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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

"A Balada do Barqueiro"


Ao longe, soa o sino do barqueiro
Barqueiro de almas e histórias de dor
Sob o oceano rubro de fogo e ardor
Faz o reflexo escarlate do distante horizonte
Ao longe, aguarda mais uma alma encarceirada
A mulher de olhos negros tal qual poço sem fundo
Ignora o triste destino que lhe reservou o mundo
Esquece toda a dor, doce alma apaixonada
Sob o olhar severo do senhor da danação
Doce alma imaculada, chora o destino derradeiro
Com uma lágrima sincera, despede-se ante o Ceifeiro
De seu único amado, portentor de seu coração
Atenta e zelosa, fiel a seu amor devotado
Chora a dama dos olhos de tempestade
Verte as lágrimas sinceras da honestidade
E chora pelo triste fim de seu amado
Sob o olhar virulento do Ceifeiro
Parte o rapaz, rumo ao infinito do Inferno
Em nome da amada, fez do Verão o Inverno
Amou-a em cada parte, amou-a por inteiro
Rolou os irônicos dados do destino cruel
Jogou com o amor e com a punição
Se desfez em chagas, fez sua ultima oração
Negou todos os deuses, mas manteve-se fiel
Fiel à sua amada, pela qual desafiou o Barqueiro
Desceu ao reino das almas partidas
O grande cemitério das vidas perdidas
E, consigo, conduziu o amor verdadeiro
E os bardos ainda cantam solenemente a história
A singela balada do amor sem medida
Fez o rapaz a sua derradeira despedida
Amou, e enfrentou o Barqueiro em nome de uma memória.

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