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domingo, 29 de novembro de 2009

Os Passos La Fora- Parte Final

É, meus caros, eu fiz de novo. Acho que todos já esperavam, eu mesmo já esperava, mas ainda consigo me surpreender comigo mesmo, com a minha capacidade de fazer esse tipo de coisa. Não posso ser hipócrita: eu gosto disso, realmente gosto. Não faço isso por ter algum trauma, por ser um doente, pervertido ou qualquer coisa do tipo. Eu sou um cara normal, do tipo que você vê aos montes por aí nas ruas. Talvez você esbarre com uns 50 caras como eu só no caminho até a padaria, para comprar o leite. Talvez esbarre com mais 50 ao ir até o colégio, ou até à farmácia. Eu sou só um cara comum com um talento. E com uma peculiaridade: gosto de matar.
Invadir a casa? Moleza, foi só pular o muro, fingir que forçava a maçaneta da porta da frente e me embrenhar pelo mato do quintal até a porta de trás, onde forcei a tranca da janela com total silêncio e penetrei na casa. Estava meio escuro, a dona da casa deixou a maioria das luzes apagadas, restando apenas uma luz na cozinha. Eu quase que tropecei em alguns móveis, por um descuido barato e vulgar, mas até que fiz bem meu “papel”. E alem do mais, todo esse jogo me excita, me deixa em ponto de bala, à beira de um orgasmo mental. Pude sentir à flor da pele o medo da garota, seu desespero e seu anseio de fugir, sua vontade de que aquilo fosse apenas um sonho ruim. Mas meus caros, eu não sou um sonho, oh não. Eu sou tão real quanto você possa ver, sentir e cheirar, e o que faço me faz sentir tão bem como chuva fria em noite de outono. É uma sensação única, sublime, só quem já passou por isso pode sentir como eu sinto. As emoções mistas dela: dor, medo, frustração, desespero. Eu podia sentir tudo isso em mim mesmo, na minha pela, na minha carne, afiado como ponta de faca. Divertido e fascinante.
Fiz parte do caminho meio tropegamente, meio bêbado. Era como se fosse eu e, ao mesmo tempo, não fosse, uma sensação esquisita. Caminhei silenciosamente até chegar na garota. Eu já a tinha visto alguns dias antes, só mais uma universitariazinha frívola e vulgar, uma loira vagabunda que se exibia em shortinhos indecentes, indecentes como eram seus modos perante às pessoas. Mas acredite, eu não sou nenhum tipo de religioso hipócrita que condena a vida dos outros, não baseei minha escolha nesse fato. Foi totalmente aleatório: eu a vi e senti que precisava ser ELA. Então comecei a segui-la, vi onde ia, lugares que freqüentava. Vi onde morava. Daí até invadir sua casa e matá-la, foram apenas três dias. Três dias de uma doce e incontrolável espera, que só foi saciada quando agarrei violentamente seu pescoço até que perdesse os sentidos. Ela não deu trabalho algum, foi uma coisa simples como tirar doce de criança, que me perdoem o clichê. Ela caiu, despencou inerte no piso. Uma boneca velha atirada ao chão, uma boneca suja, corrompida, perdida em meio à vida desenfreada, à vida maltrapilha. Preciso admitir: ela era linda, do tipo que todo cara perderia a cabeça facilmente. Belos e longos cabelos loiros naturais, pernas compridas e torneadas, seios perfeitos entrevistos pelo decote do Top e uma face angelical, digna de uma pintura de Picasso no seu dia mais inspirado. Mas a beleza é como a vida: volátil, relativa, superficial, passageira. Se passa num momento como rosas murcham. Se passa num instante como pássaros batem as asas e voam sem destino. Ela devia saber disso, creio, por isso dava tanto valor à aparência, por isso preocupava-se tanto em privilegiar seu exterior e matar seu interior. Garotas burras, acho-as divertidas. Elas correm. Elas lutam. Elas choram muito. E, no final, viram presas perfeitas, tolas e fracas. Ah, eu as adoro.
Preciso descrever como foi lindo o que fiz? Ah, eu preciso sim, é a melhor parte, A MELHOR. A faca que carregava em meu cinto foi usada para desenhar uma bela e rubra linha em seu delicado pescoço. O sangue esguichou, esguichou em meu rosto. O senti quente em meus lábios, foi uma sensação quase erótica, deliciosa. Lambi meus lábios para provar o sangue fresco daquela garota. Me senti excitado, muito excitado. Até morta ela servia para satisfazer um homem, não é irônico? Logo no primeiro corte já pude sentir que a vida se esvaiu rapidamente de seu corpo,e pensei em me aproveitar de seu corpo ali mesmo, para obter meu mórbido prazer sexual, mas desisti, por fim. Havia algo mais importante a ser feito. Com a faca, me enderecei a seu rosto, seu perfeito rosto, para fazer um belo desenho nele. Pressionei a ponta da lamina em um ponto especifico, perto da têmpora, e penetrei na carne. Sentia incontrolavelmente a faca rasgando seu rosto, talhando de cima para baixo, fazendo uma simetria perfeita. Fui circundando suas formas faciais, até completar uma forma circular. Havia visto isso em um livro de ocultismo, onde rituais de invocação demoníacos eram divididos com anatomia humana e formas de tortura. Um livro sobre demônios, cães do inferno, estatuas aladas petrificadas, entre outras coisas sobrenaturais. E saiu direitinho como no livro: a sua face simplesmente “descolou” lentamente ao meu puxar. Eu tinha o rosto da garota em minhas mãos, como uma máscara obscena. E era tudo que eu queria,a sua face. Tudo.
Depois disso, não lembro de quase nada. Sei que apaguei e não lembro bem onde fui parar, mas sei que fui pego. Não sei o que deu errado dessa vez, nunca havia acontecido isso comigo antes. Eu sempre fui tão preciso, tão perfeito, mas agora eu me dei muito mal. Agora estou aqui, nessa maldita cela de delegacia, ouvindo esses porcos fardados falarem sobre Donuts, casos de homicídios e vitimas. Eu os ouvi falarem sobre a tal garota: se chamava Jessica, Jessica Daniels. 19 anos, caucasiana, filha única e todo aquele bla bla bla policial insuportável. Diziam que foi encontrada retalhada em casa, com a face removida e com cortes desenhados diabolicamente por todo o corpo, como numa forma de ritual satâncio. Mas ora, eles não sabem enxergar a arte onde ela existe de verdade? Tolos. E, no fim, eu só lembro de ter sua face em minhas mãos . Nada mais até despertar nessa cela pútrida.
E então, aqui estou eu. Numa cela de delegacia, com ele do meu lado. Sabe, ele é realmente um cara bacana. Sujeito bem arrumado, boa pinta, de fala mansa e hipnotizante. Não me critica, não me recrimina nem me julga, ao contrário do que fazem todos os outros que não entendem o porquê de fazer o que faço. Ignorantes miseráveis, deveriam ser como esse sujeito aqui. “Boa, garotão”, ele me diz, apontando o polegar pra cima. Eu gosto dele, realmente gosto.
Pena que só existe na minha cabeça. Ele me faz sentir o que os outros sentem, e isso é bom para saber o que meus atos provocam.
E então, você já ouviu passos lá fora?

sábado, 28 de novembro de 2009

Os Passos Lá Fora- Parte 1

Escuto passos do lado de fora da casa. Assustado, me esgueiro covardemente pelos cantos. Tenho medo. Meu coração não se refreia, ele pulsa incessantemente, parece buscar caminho de saída pela minha garganta. Os passos, os passos que não cessam. Sei que os ouço, eu sei! Não pode ser apenas outro delírio da minha mente, não agora quando tudo ia tão certo, tão... normal. Sei que os passos lá fora são reais. Mas o que é real? Será que as pisadas no chão do lado de fora da casa são reais? Será que o ranger da porta da frente é real? Será que as gargalhadas que soam como risos do demônio são mesmo reais? Será que o sangue que tinge de rubro o assoalho é real? Por que esse medo incontrolável de simples... passos? Que merda de homem sou para ter medo de simples passos do lado de fora da casa?
Enfim, é mais forte que eu. Eu consigo chegar no quarto, após alguns ridículos momentos de tentar andar, cair, rastejar e me arrastar pelo chão sujo. É tão indigno quanto me acovardar para passos, mas é incontrolável, é simplesmente indiferente à minha vontade. Sou um louco ou um covarde? Sou ambos? A cama desarrumada me parece atrativa, talvez eu possa simplesmente me enfiar por debaixo dos lençóis, dormir e acordar para a realidade. Sim, talvez tudo isso seja apenas um grande pesadelo, um pesadelo do qual possa fugir simplesmente dormindo. Dormindo para acordar de novo. Não, não pode ser tão simples assim. Não quando se escuta tão claramente o uivar dos cães do Inferno. Serei eu caçado pelo próprio Cérbero? Serei eu levado para o submundo pelo negro cão do hálito de fogo? O que está acontecendo, por que estou transformando simples passos em um cenário diabólico? Maldita imaginação, que arranquem-na de mim e que me separem de minha criatividade doentia. São só passos. Talvez eu deva parar de tentar me esconder e ir lá fora ver o que é. Afinal, são PASSOS, não corcéis demoníacos trotando em minha direção para me carregar para os braços de Satã, nem gárgulas petrificadas voando até onde me encontro para me fazer em pedaços e dar os restos aos corvos. Sei que são só passos. Deve ser apenas um moleque que pulou o muro e veio catar algumas frutas frescas na árvore. Essa rua não tem uma vigilância decente mesmo. Ou então um gato que pulou o muro e agora passeia inocentemente sobre as folhas caídas. Deve ser qualquer coisa, EXCETO qualquer tipo de manifestação doentia e insana. Eu estou curado, eu tenho certeza!! Os meus delírios ficaram no passado, é um fato incontestável, não há mais nada de errado comigo...
Ei, os passos silenciaram. Bom sinal, acho que minhas condições mentais normais voltaram. Recobrei minha sanidade. Era só um pequeno distúrbio da minha mente cansada, desde o começo sabia que não haveria de ser nada grave, apenas o fruto de alguns dias extremamente cansativos. Nota mental: procurar uma clínica de descanso amanhã mesmo. Uns dias de total descanso do stress do cotidiano devem me revigorar completamente, me fazer esquecer as impressões falsas, as alucinações, as visões. E os sonhos. Os malditos sonhos de degradação. Os malditos sonhos de dor. Os sonhos malfadados de agonia, desespero, frustração, perda interior. Sem mais nenhum sonho com demônios e Inferno, sem mais nenhum sonho com espíritos devoradores de alma. Sem mais sonhos ruins com...
Droga, a porta rangeu!!! Não era só a merda de um sonho, eu sei!! Essa merda é real, está aqui, está atrás de mim, seja o que for. O barulho veio lá da porta da frente. Eu aqui, escondido no quarto como um rato assustado, e algo entrando. Por favor, que seja só um sonho... Eu só quero acordar... acordar... acordar...
Pego uma tesoura de cima do criado mudo, bem ao lado da cama. Ela é afiada, talvez possa me proteger, talvez possa furar o que for e me salvar. Talvez tudo fique bem, e talvez eu sobreviva ao que for. Sim, eu posso ser imortal!! Posso vencer qualquer coisa, basta eu largar esse medo infantil como um trapo velho no chão, me despir de covardia e temor irracional, eu sei que posso vencer. Seguro firme a tesoura na mão, marco minha mão de tanta pressão que coloco na tesoura. Saio calmamente do quarto, deixo meu instinto me guiar pelo breu da sala ate chegar na porta da frente. A porta continua fechada, talvez eu esteja seguro, talvez seja SIM um delírio, somente. Ou não.
É tarde para fazer qualquer coisa quando sinto o movimento atrás de mim. Algo se move rápida e sorrateiramente, envolve meu pescoço com um braço, tapa minha boca. Eu me sinto apavorado, tento gritar, clamar por ajuda. É em vão, totalmente em vão. O braço aperta meu pescoço com força incalculável, sinto o ar se esvaindo, tudo ao meu redor girando. O oxigênio fica escasso, tudo começa a escurecer, a sensação de desapego ao meu corpo e à realidade toma conta. Finalmente eu apago.

sábado, 14 de novembro de 2009

"Violated Soul"



Give your pain to me
Give your blood to me
Give your tears to me
Violated soul
Give your fear to me
Give your pleasure to me
Give your life to me
Become a violated soul

Open grave
Closed eyes to the rest
I have a sweet emotion
That i want to put in you
My knife stand for flesh and blood
Ready to taste you, aaaaaaah
I´m just a wicked man
Playing a wicked game
Love and hate sometimes be the same
I just want your love
My sweetest kind of love
Take your heart in my hands


REF: Aaaaaaaaaaaaah, and all stay in your mind
Forgoten and left behind
No, no place where you can go
You have a violated soul



Give your heart to me
Give your mind to me
Give your time to me
Violated soul
Give your pride to me
Give your faith to me
Give your hate to me
And you have a violated soul

Days go by, through the twist o f time
When you sold your soul
In the time when you made the pact
And gave me all your feelings
Without fear or regret
Throught the situation that make you fall for grace
Heaven´s Road is far away
No escape noooooooow...
All you can is craaaaaaawl...
I show hooooooooow...


REFRÃO(1x)



Give your pain to me
Give your blood to me
Give your tears to me
Violated soul
Give your fear to me
Give your pleasure to me
Give your life to me
Become a violated soul

Give your pain to me
Give your blood to me
Give your tears to me
Violated soul
Give your fear to me
Give your pleasure to me
Give your life to me
Become a violated soul

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

"Estrada para o Inferno"





-Por favor, Johny, dá pra desligar a porcaria desse som? Esse barulho que você chama de música me irrita.
-Qual é, deixa de ser rabugento. É Ac/Dc, é antigo como você. Relaxa e curte, cara.
John Young só conseguia mesmo rir da inflexibilidade de seu companheiro de viagem. O velho Vincent criticava todos os gostos de seu amigo, desde as músicas que John ouvia até as garotas com as quais ele transava. Para Vincent, John Young era apenas uma criança, mais um garoto tolo, imaturo e impetuosamente burro. E apesar disso, o seguia sem pestanejar, pois admirava os valores que ele possuia, e a ferrenha vontade com a qual os defendia.
Já para John, Vincent Lovercraft não passava de um velhote ultrapassado e chato, embora fosse capaz de respeitá-lo pela lealdade com que o defendia, e também por sua incontestável sabedoria. Yin e Yang. Preto e branco. Fogo e água. Vincent e John eram tão opostos quanto eram complementares, e sua parceria ia alem da necessidade ou da conveniência: a amizade de ambos era baseada na superação dos defeitos do outro, e na valorização das qualidade, em contrapartida. A troca de palavras ríspidas e comentários sarcásticos nada mais era do que uma forma particular dos dois de demonstrar apreço e lingua afiada.
Eu "relaxarei e curtirei" quando você desligar essa musica detestável, estacionar o carro em um Motel e me deixar descansar um pouco em um quarto, e não no banco de trás de um carro.
John riu.
- Você sabe que precisamos nos privar de certos luxos durante uma caçada longa como essa, Vin. Sacrifícios são necessários.
Vincent olhou para o Cd do Ac/Dc jogado no porta luvas e franziu o cenho.
-Se eu soubesse que ouvir Rock o dia todo estaria entre esses sacrifícios...
-Ac/Dc, Motörhead, Guns e Motley Crüe são clássicos- John suspirou, incomodado- Você sabe que preciso disso para entrar no clima da caçada. Sem Rock, sem diversão.
Houve um breve momento de silêncio. Vincent imergia em seus próprios pensamentos obscuros, John cantarolava o refrão de Highway to Hell. Ambos sentiam medo, ambos aguardavam apenas pelo próximo momento de dor, mas nenhum dos dois daria o braço a torcer, admitindo seus receios.
Foi John quem quebrou o silêncio.
-Mas então, o que exatamente é essa coisa que estamos procurando? Um possuído? Um espectro? Talvez outro Servo?
-Não, nada disso- a voz de Vincent embargou-se levemente- Seria bom e fácil demais se fosse tão simples. Segundo as informações, não há vestígios, rastros de conjuração, ou qualquer marca de runa no chão. Somente dezenas de corpos dispostos em formato de pentagrama, estacas pregadas nos pontos cardeais em formato de cruz... Nunca vi isso antes. E os corpos... Mesmo durante décadas a frente de grupos de caça, jamais vi isso tão realçado, tão evidente. Veja, veja as fotos- disse, puxando algumas fotografias de uma pasta bege em seu colo.
John olhou com certo nojo a primeira fotografia. Assim como a segunda, a terceira e todas as demais. Retratados vulgarmente, corpos e mais corpos espalhavam-se por um milharal, dispostos na forma de um grande pentagrama. As imagens eram aterradoras: a parte da frente de todos os corpos havia sido dilacerada, desde o tórax até a região do abdômen. Eram apenas carçaças, sem sangue ou quaisquer órgãos internos, como se algo os tivesse dilacerado de dentro para fora. John observou as fotos durante quase um minuto, com os olhos cheios de raiva contida.
-Repulsivo- John finalmente guardou as fotos de volta na pasta- Lembra daquele possuído que enfrentamos em Testament? Foi disso que lembrei no momento em que pus meus olhos nessas fotos. Mas isso está parecendo ser pior, bem pior. Digo, veja os corpos... Que diabos faria isso? Que merda, cara.
-Na verdade- Vincent hesitou- Existe algo...
-Existe? Existe o quê?
- Há 5 anos, um outro Pastor publicou um diário entre os membros de nosso "círculos", um tipo de compendioa de todas as criaturas, rituais e várias outras coisas com as quais ele lidou. Relatava missões realizadas durante seus 25 anos como caçador. Eu li uma cópia, e posteriormente adquiri o original. E existia uma diferença entre os dois.
-Qual diferença?
-Em todas as cópias, faltavam 8 páginas que só existiam na versão original. Na primeira página, constavam três rituais de esconjuro. Na segunda, ele relatava uma missão em Berlim, na qual seu grupo foi atacado por uma pestilência demoníaca, um topo de "Praga de Lúcifer" como a que enfrentamos em Kentucky, Johny.
-Certo, e nas demais?
Vincent não respondeu.
-Vincent!! O que existia nas oito páginas restantes?
-Bem... Conta-se que esse Pastor, de nome Harold Simmons, escreveu as oito páginas restantes após ter ficado completamente insano. Sabe como é, no nosso "ramo" a sanidade é um estado totalmente vulnerável, instavel. Enfim, o homem estava completamente louco, segundo o que dizem. E descreveu coisas estranhas. suícidios coletivos em Milão, orgias de sangue em Florença, massacres em Londres, sessões doentias de tortura em Paris. E terminava falando de um encontro... um encontro com o próprio Lúcifer.
-Lúcifer?!?! Até mesmo para um caçador o cara tinha memória fértil. Ou fumou algo muito da pesada;
-Talvez sim, talvez não. O fato é que as páginas foram escritas de forma diferente: caligrafia diferente, diversos símbolos estranhos ao redor das páginas... Bem, o fato é que ele descreveu uma "coisa", algo totalmente fora dos padrões com os quais lidamos, algo totalmente aberrante. Sabe, haviam muitas informações desencontradas, aparente produto de uma mente insana. Não havia muito, e o que havia era quase incompreensível, mas ele descreveu corpos encontrados no mesmo estado que esses das fotos, Johny. Tudo bate, a descrição é precisa nesse ponto.
-Mas Vin- a mente de John Young fervilhava- e o diário original, onde está? O que você fez com ele?
-Queimado. Quando fui capturado por aquele grupo de inquisidores, me tomaram o livro e o incineraram em uma grande fogueira. Lamentável.
-É, Vincent, de volta à Santa Inquisição.



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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

"A Balada do Barqueiro"


Ao longe, soa o sino do barqueiro
Barqueiro de almas e histórias de dor
Sob o oceano rubro de fogo e ardor
Faz o reflexo escarlate do distante horizonte
Ao longe, aguarda mais uma alma encarceirada
A mulher de olhos negros tal qual poço sem fundo
Ignora o triste destino que lhe reservou o mundo
Esquece toda a dor, doce alma apaixonada
Sob o olhar severo do senhor da danação
Doce alma imaculada, chora o destino derradeiro
Com uma lágrima sincera, despede-se ante o Ceifeiro
De seu único amado, portentor de seu coração
Atenta e zelosa, fiel a seu amor devotado
Chora a dama dos olhos de tempestade
Verte as lágrimas sinceras da honestidade
E chora pelo triste fim de seu amado
Sob o olhar virulento do Ceifeiro
Parte o rapaz, rumo ao infinito do Inferno
Em nome da amada, fez do Verão o Inverno
Amou-a em cada parte, amou-a por inteiro
Rolou os irônicos dados do destino cruel
Jogou com o amor e com a punição
Se desfez em chagas, fez sua ultima oração
Negou todos os deuses, mas manteve-se fiel
Fiel à sua amada, pela qual desafiou o Barqueiro
Desceu ao reino das almas partidas
O grande cemitério das vidas perdidas
E, consigo, conduziu o amor verdadeiro
E os bardos ainda cantam solenemente a história
A singela balada do amor sem medida
Fez o rapaz a sua derradeira despedida
Amou, e enfrentou o Barqueiro em nome de uma memória.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Meu corpo sente o tempo devorando as horas, engolindo os minutos, dissolvendo cada segundo. Meu corpo abala-se ferozmente por cada dia que se esvai entre as areias do tempo. Até mesmo nisso sou diferente: para os outros de minha "linhagem", o tempo é uma fonte inesgotável de conhecimento, experiência e poder. Para mim, nada mais é do que o ingrato reflexo de minha própria decadência. Ah, a triste e deliciosa ironia da vida. E da morte
Uma parte de benção, duas de maldição. Sim, é verdade que carrego sobre meus ombros uma dádiva, o santo peso da missão de purgar todo o mal. Nada poderia alegrar mais esse humilde cruzado do que ser tocado por Ele. Posso ouvir as trombetas tocarem por mim, posso ouvir os brados arrependidos dos cruéis, depravados e pecadores às portas do Inferno. Eu ouço o Chamado cada vez que um corpo tomba, cada vez que sangue inocente pinta cruelmente o solo, cada vez que um irmão ou irmã cai em agonia. E é o Chamado que mantem trilhando fielmente o caminho.
Entretanto, existe o inconveniente preço a se pagar pelo sacro poder: nada mais é como na época em que eu era um mero Impuro. Os sabores, as sensações, os sentimentos, tudo diferente. Não posso mais sentir meu coração bater freneticamente durante cada combate contra um inimigo, como na época na qual eu ainda vivenciava minha frívola humanidade. Agora, ele se comporta mais como uma massa esponjosa e pútrida, retorcida e virulenta, pulsando languidamente e debatendo-se em agonia. Já não experimento mais as coisas como um Impuro. O meu corpo sente apenas o frio, mortal e penetrante. Meus olhos vêem apenas morte e decadência amplificadas voluptuosamente. Meus ouvidos são apurados, dotados de capacidade quase animalesca, como os de uma fera mortalmente selvagem e incontrolável. Meu faro é preciso, localiza o meu inimigo com muito mais facilidade. São dons preciosos, concedidos gentilmente por Ele para a realização de minha santa missão. Mas não posso "ligá-los" e "desligá-los", como um interruptor, ou "apagá-los", como a chama de uma vela. Não há mais sono para mim, apenas o breve e frugaz repouso entre uma e outra batalha.
E minha sina não termina aí. Ah, a cruel ironia divina. Para Ele, não basta que eu termine minha missão, mas que a termine rapidamente, o mais rapidamente possível. Ele tem pressa, seus planos misteriosos têm carater emergencial, então ele me "imbuiu" de uma segunda parte de maldição: ao contrário dos outros, que são alheios à passagem do tempo e à decadência imposta por ele, eu estou morrendo. Teoricamente, morrendo de novo, segundo o que ouço dizerem por aí. Morrendo de verdade, perecendo, sofrendo o desgaste provocado pelo passar do tempo. Eu não tenho muito tempo, e tenho tanto a fazer... Eu sou um servo fiel D'ele, sigo ferrenhamente seus desígnios, com honra, devoção e batizado pelo sangue e pelas lágrimas da batalha.


E ele parece rir de mim.






Extraido de "Mortuarium", diario de Maximilian Arador, o caçador

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

"One Million Ghosts"


Just watch flying over the battlefield
Can´t win fighting against your brother
Man, children, everyone that you killed
One million ghosts in your mind

Another war without reason or payment
Another march over bones and stones
They live in your hatred conscience
One million ghosts in your mind


REFRAO

All of them live inside
Of your undyind mind
Disease of your fucking guilty
One million screams of pain
Trying to sleep in vain
You finally understrand
One million ghosts in your mind

REFRAO


Sick laughs make you wake on the midnight
All the victim of your greed are screaming
Your lie become a cold contagious
Mad man wanting fun in the pain
Mad man, another freak in the chain
You try to forget all of your crime
Sickness!!
Hopelesness!!
Sadness!!


All of them live inside
Of your undying mind
Disease of your fucking guilty
One million screams of pain
Trying to sleep in vain
You finally understande


REFRÃO(1x)
"Crazy Life"



All the time
In the wrong way
Stoned and losing control
Common baby and say what you need to say
Everything you already know
Common

Common my sweet girl
My little sin´s child
Take my hand and walk by the night
Thinking that´s life is not enought
If you don´t keep a hand on the fight


My life, my curse
And all the thing that we lost
My game, my rules
You never can pay the cost
My face in disgrace
In a mirror lost in the wall
My bad luck and my pride
Hand in hand tonight (3x)


All the time
Playing fool games
Drinking and eating the dust
From the firewheels of my damn fate
Passing me by and burning the road

From the top of my pride
Waiting for some kind of love
And taking everybody
Out of my stride


My life, my curse
And all the things that we lost
My game, my rules
You never can pay the cost
My face in disgrace
In a mirror lost in the wall
My bad luck and my pride
Hand in hand tonight(3x)


My life is a unstoppable car
I die alone and mad when i
Lose your face from my sight

In the highway without limits
And running like a runaway train
Running wild and going to fight
Common!!



REFRÃO

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Quero o sangue dos impuros, para ungir seus corpos ainda quentes quando os matar.
Regozijarei largamente quando suas almas nao mais lhes pertencerem, deixando o involucro
terreno, a casca de pele, ossos e podridão que lhes cabe, e partindo de encontro ao
tormento do inferno.
Quero o sangue dos fracos e covardes, os que escapam da sina de impedir que tudo a sua
volta se deteriore. Abrirei seus corpos, rasgarei sua pele e quebrarei seus ossos, para
colher seu sangue fresco e sorver alguns goles. Mas não, não beberei mais que um pouco:
não quero contaminar minha casca mundana e meu espirito imortal, necessarios para a con-
clusão de minha sina, com o negro e vil liquido vital dos pecadores. Precisarei de apenas
uns poucos momentos de dor e masoquismo para purificar-me, para pagar pelos pecados come-
tidos em pensamentos e atos. O sucesso requer sacrifício.
Mas, acima de tudo, quero o sangue dos justos, o sangue dos puros de espirito. Preciso
de tal bem precioso para poder batizar uma nova era, uma era de justiça forjada por aço e
ferro frios de uma espada. Sou um guerreiro santo, um guerreiro santo é tudo que sou. Tenho
uma missão. Tenho uma maldição. E tenho uma vingança a cumprir.
E, nessa noite, a vingança terá seu nome.Um nome na lapide de cada infiel morto por minhas
mãos, em busca de justiça.



E ela se chamará Maximilian Arador.











Extraido de "Mortuarium", diario de Maximilian Arador, o caçador.

domingo, 31 de maio de 2009

"Amor de vida real"



Mil mentiras ja nao bastam
Pra me convencer
Voce fez o seu mundo
Sobre um castelo de cartas
Eu mostro os seus medos
Revelos os seus anseios
Agora nao vou mais parar
Eu conto os seus segredos
E corto os seus freios
Agora é queda livre
Mas do chao voce nao vai passar
Eu nego tua vitoria
Ja cansei da tua historia
De amor incondicional
Nao vou mais te dar trela
Isso aqui nao é novela
Bem vinda a vida real



Ref: Voce grita, diz que nao vai voltar
Papo furado, de garota arrogante
Voce xinga, diz que quer me amar
Mas nao pode, pq nao te amo o bastante
Bem vinda ao amor da vida real




Esqueco que as vezes, somos inconsequentes
Esqueco que as vezes, mentiras sao inocentes
A vida é uma piada, nao vejo a menor graca
Ironia do destino, contemplando minha desgraca
As palavras tao bonitas, escritas em linhas tortas
Em cartas que eu nao mandei
Os meus velhos sentimentos, ja sao verdades mortas
Morreram em cartas que rasguei


Eu mostro os seus medos
revelo os seus anseios
Agora nao vou mais parar
Te amo de outro modo
mas uma coisa eu te mostro
A verdade, voce saberá



Ref.(2)

sábado, 30 de maio de 2009

TheDarkSideOfTheMoon

-Bloody Blackjack-



Respirando fundo
Respirando fundo
Suando frio
Suando frio
Blackjack de sangue
Eu disse blackjack de sangue


Ases flamejantes voam
Cortando gargantas e morrendo
Cinco cartas na mão
Todo o medo eu enviei
Para o Inferno
O Demônio riu para mim
E toda a dor eu vejo
Dançando ao redor do meu caminho
Para quem eu devo rezar
Para Deus?
De joelhos eu permaneço, esperando para morrer
Eu glorifico o jogo, eu santifico a vergonha
Deus joga a carta, e eu sou o preço
Que vc precisa pagar
Para apagar todos os seus pecados de sanguye
Todos seus pecados de sangue
Pecados de sangue



Ref: Respirando fundo (2x)
Suando frio (2x)
Blackjack de sangue
Eu disse blackjack
Derrote-me
Por cima
Negue-me
Por baixo
Blackjack
É Blackjack de sangue



Em tempo de má sorte
A morte é sua recompensa
E nesse jogo de sanguye
Não serei eu apenas mais um covarde
Mais nenhum lugar para heróis
É minha jogada final
Vinte na minha mão
Vinte corpos no chão
Toda a diversão eu descobri
Na ironia do destino
Vc só saboreia a vida
Quando cai em agonia



Ref: Respirando fundo (2x)
Suando frio (2x)
Blackjack de sangue
Eu disse blackjack
Derrote-me
Por cima
Negue-me
Por baixo
Blackjack
É Blackjack de sangue